terça-feira, 22 de outubro de 2013

Por um mundo com mais reforço positivo

O lado ruim do sucesso de um evento como a Jornada de Análise do Comportamento de Goiânia (se é que se pode falar em lado ruim) é a responsabilidade deixada para os eventos posteriores. Nossa primeira JAC foi uma ideia despretensiosa, fruto da vontade de reunir pessoas interessadas em falar e ouvir sobre Análise do Comportamento, que felizmente acabou dando muito certo. Deixou expectativas a serem cumpridas em um segundo evento. Buscamos seguir a mesma fórmula da 1ª JAC Goiânia, ao mesmo tempo em que tentamos trazer algo novo e estimulante para nossos participantes.

A procura pelo evento foi grande! Nossas 280 vagas esgotaram quatro dias antes do evento, e tivemos pessoas de vários cantos: Jataí, Catalão, Brasília, além, é claro, de representantes de várias instituições de Goiânia. Muita gente disposta a comemorar os 100 anos de Behaviorismo. E o que veio a seguir foi prova de que realmente há muito a ser comemorado.

A manhã começou com a fala de Gina Bueno sobre a prática de um Analista do Comportamento. Mostrou como esse profissional trabalha, suas principais ferramentas de avaliação e intervenção, e discutiu alguns dos avanços que têm sido alcançados nessa ciência.

Em seguida, Erick Huber mostrou ao público de forma bastante instigante o modo como práticas coercitivas e negligência parental têm prejudicado nossas crianças. A fala deixou muita gente inspirada, mas também muita gente incomodada, por tratar de questões pelas quais nos responsabilizamos diretamente.

Felipe Epaminondas trouxe uma versão contemporânea da Psicopatologia, revelando a arbitrariedade das discussões por trás da construção de psicopatologias e critérios diagnósticos, e mostrando a Análise do Comportamento como uma alternativa válida e útil para tratar dos problemas que têm sido trazidos sob esse rótulo.

Mesmo com um número grande de pessoas, o evento teve um ar bastante intimista, e no intervalo de almoço e coffee breaks a integração entre os presentes foi grande, gerando novos contatos e possibilitando o reencontro de antigas amizades.

À tarde retornamos com a fala de César Rocha, trazendo discussões atuais sobre aspectos filosóficos do Behaviorismo Radical, à luz de analogias com os mitos de Prometeu e Fausto. Sua fala deixou sem fôlego um público que, em grande parte, estava entrando em contato pela primeira vez com esse lado bastante importante do Behaviorismo Radical!

Ainda que não tenha podido comparecer ao evento por motivos de saúde, Lorismario Simonassi mandou cópias impressas do que seria sua fala do evento. O número pequeno de cópias foram disputadas avidamente, e aqueles que não conseguiram botar as mãos em uma ficaram intrigados! A boa notícia é que você pode ler o texto na íntegra aqui no blog da JAC Goiânia!

No lugar do Lorismario, tivemos a fala de Ilma Brito, que trouxe uma visão contemporânea recheada de dados sobre a esquizofrenia e seu tratamento psicológico. Seu jeito carismático de falar encantou o público, que aplaudiu vigorosamente a sua fala, e foi bastante convincente para aqueles que ainda tinham alguma dúvida sobre o poder da Análise do Comportamento.

Para fechar o evento, os integrantes do Boteco Behaviorista Felipe Epaminondas, Cesar Rocha e Marcela Ortolan, juntamente com seus convidados Erick Huber, Ilma Brito e Elisa Sanabio-Heck, conduziram uma discussão sobre o significado dos 100 anos do Behaviorismo, e o que deve se esperar do futuro da Análise do Comportamento.

O Boteco Behaviorista da 2ª JAC Goiânia será disponibilizado em breve no youtube. Colocaremos o link aqui!

Você pode ver fotos do evento aqui!

O evento termina deixando um "gostinho de quero-mais", mas gosto de pensar nesse fim como um começo de alguma coisa. Começo de novas ideias, novos estudos, novas relações, novos comportamentos sob controle das contingências estabelecidas no evento. Talvez, em algum ponto, estejamos contribuindo com nossa parte por um mundo com mais reforço positivo.

Até o ano que vem!


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